sábado, 25 de março de 2017

Tabapuã dos Pireneus e as aves da Mata Atlântica

Recentemente pessoal, eu e meu pai embarcamos em mais uma aventura por terras goianas. E, novamente, na região de Cocalzinho de Goiás.
A região da Tabapuã dos Pireneus, hotel fazenda nas proximidades da Serra dos Pireneus, guarda um incrível remanescente de Mata Atlântica em pleno Goiás. Portanto, aves desse bioma surpreendentemente aparecem isoladamente nesse fragmento.
Talvez seja um dos últimos, de Mata Atlântica que restou em Goiás.

Cachoeirinhas na Tabapuã
Então, no domingo, acordamos às 3:50 da manhã, nos arrumamos (roupas, equipamentos), arrumamos nosso lanche (café da manhã) e, às 04:10, pé na estrada. E para nossa "alegria" (só que não) um temporal começa na estrada. Continuamos firmes na estrada por uns 40 km, e, quase chegando em Anápolis/GO, a chuva parou (ufa!). 
Continuamos na estrada até chegarmos em Cocalzinho de Goiás. Por volta de 05:50 da manhã, chegamos na porta da Tabapuã dos Pireneus.

A neblina da manhã, no Salto Corumbá, quase
chegando na Tabapuã dos Pireneus
Quando chegamos, nos dirigimos direto para a Trilha da Tirolesa. O fragmento de Mata Atlântica se localiza naquela área. Bem ali, passa o Rio Corumbá, o responsável por trazer a Mata  Atlântica para essa região, através das regiões mais ao sul, ligando o bioma a essa região de Goiás.
Logo de cara, na borda da mata, já havia um bando misto, composto por Tempera-viola, Pipira-da-taoca, Guaracavas, Saíras e Saís.
Adentramos a mata. Bem ali, margeando o Rio Corumbá, começamos as primeiras gravações. Pisei na ponte, e fui andando, para atravessar o rio. Olhei para o lado, e ali, no limpo, na margem do rio, estava um Baryphthengus ruficapillus, o famoso Juruva-verde. Eu falei, desesperado "Pai, pai, pai, olha lá meu Deus, um juruva!"...
Tirei umas 2 ou 3 fotos. Como não ficaram boas, apaguei. Aí, para tentar melhorá-las, começamos a tocar o playback do Juruva. Ele danou que respondeu, respondeu de novo, e de novo, porém, oculto na folhagem densa da mata ciliar, o que impossibilitou o registro. Fiquei muito desanimado, afinal, mesmo as fotos não estando boas, não poderia ter apagado elas... :(

Eu fotografando o juruva
Atravessamos a ponte, tristes por ter perdido o juruva, mas é a vida (rsrsrsrsrs). Continuamos margeando o rio a partir de uma trilhazinha. Na hora, vi que haviam algumas formigas no chão, e até pensei que poderiam haver algumas aves seguindo elas ali, mas a ansiedade não permitiu pararmos. Esse foi o problema, eu, com pressa, passei do lado de um Sclerurus , o vira-folha, e nem percebi, só olhei na hora que ele alarmou com minha presença e saiu voando...
Andando mais um pouco, havia uma pinguela à nossa frente. Ali, os amigos Ivo e André Mendonça me alertaram, por mensagens, sobre a presença de um Conopophaga lineata, o Chupa-dente, outra ave típica da Mata Atlântica. 
Chamamos por uns 5 minutos e...BINGO! O bicho começou a se aproximar. E para a nossa sorte, eram 2 chupa-dente. Eles se aproximaram e ficaram bem próximos à nós, porém, no meio das brenhas e arbustos. Um deles saiu em um local favorável e consegui o registro.

Chupa-dente no meio da brenha
Aí, vieram vários, mas esse foi o melhor registro que conseguimos, afinal, estava muito cedo, e estávamos em uma mata super escura e com condições de luz bastante desfavoráveis.
Andamos mais um pouco após a pinguela. Viramos à esquerda em uma das bifurcações. Andamos mais um pouco sobre uma trilha suspensa e...do nada, uma clareira surge na mata. Era uma clareira cheia de palmeiras Euterpe, conhecidas como Juçaras - endêmicas da Mata Atlântica, fora a grande quantidade de samambaiuçus. 
Olhando aquela paisagem, me recordei de muitos outros cenários iguais à esse que vi no sudeste do Brasil, na Mata Atlântica litorânea. Mais um indício que prova que ali na Tabapuã, é realmente algum tipo de Mata Atlântica.

A clareira na mata
Andamos mais um pouco, admirados com aquela bela paisagem. Na borda da mata, em uma área com muitas outras palmeiras, um som metálico ecoava "tsi-tsi-tsi-tsi-tsiiii". Era um Ilicura militaris, um tangarazinho! Essa ave é tipica da Mata Atlântica do Sudeste, mas devido ao ambiente da Tabapuã, é possível ver essa espécie na região. Lembro-me, no dia que descobriram que havia uma população desses bichos na tabapuã, a repercussão que foi...

O registro do macho
Chamando no playback, o macho veio quente e parou em cima de nós, em um galinho. Pena que o ambiente estava escuro demais. Mas valeu a pena.
Continuamos andando até chegarmos na borda mata. Do lado esquerdo da trilha, havia uma mata grande, alta e bastante úmida, no qual adentraríamos alguns metros a frente, e do lado direito, haviam ainda algumas juçaras.
Um som peculiar ecoou pela quela clareira. Era um "vu-vuuuu, vu-vuuuu", como se fosse uma espécie de mugido. Meu coração acelerou. Olhei para um lado, pro outro, não vi nada. O som continuou por alguns minutos. Não era ilusão, realmente um Pyroderus scutatus, um Pavó. Esse bicho é super raro por aqui, algumas pessoas já o viram 2 vezes na Tabapuã.
No último segundo, olhei para a copa das árvores e vi um vulto preto levantar voo. Aí sim, caiu a ficha de que realmente era um pavó!
Enfim, sem registro fotográfico, mas só de ter escutado já fiquei feliz.

O som ecoava pela mata...
Andamos mais alguns metros, ainda na trilha suspensa. Em uma área mais úmida, começamos a chamar o Philydor rufum, o limpa-folha-de-testa-baia. Tive a impressão de ter o escutado respondendo ao longe, beeeem no fundo da mata, mas percebemos que ele não se aproximaria, então não valia a pena ficar chamando e chamando aquele bicho.
Andamos uns 30 metros e começamos a chamar o Flautim. Uns amigos me falaram que era suuuuper complicado registrar aquele bicho lá, porque ele só aparece em algumas épocas do ano e seu território na Tabapuã é bem restrito. Andando, chamando, andando, chamando, e nada do bicho. Paramos de chamar. Eu já estava cansado daquilo, afinal já era o 3º bicho que chamamos e nem respondia.
Aí, ele respondeu, e foi só alegria! :)

Flautim no contra-luz
Fiquei muito feliz. Logo após o flautim, o silêncio prevaleceu na mata. Andamos um pouco, e, do nada, o silêncio foi interrompido por um "creeeenk!" rouco e grave. Eu escutei a primeira vez e pensei assim "Ah, devo estar ficando louco..." e ignorei. Porém, o som voltou do nada "creeeenk, creeeenk!". Minha adrenalina derramou. O sangue gelou. Eu comecei a chorar e falei baixinho pro meu pai "Pai, tucano-de-bico-verde!!!!!!". Comecei a surtar, andar de um lado pro outro olhando para as copas das árvores e nada.
Depois de muuuuito analisar o canto gravado, realmente era o tucano-de-bico-verde! Outra ave raríssima na região, ao que eu saiba de ocorrência ainda não documentada na região.

O desespero de procurar pelo tucano!
Andamos mais, e mais. Na trilha, escutamos um estalador, um joão-porca, o sabiá-coleira e vimos um tico-tico-de-bico-amarelo, um papa-mosca-cinzento, uma mariquita que estava agitada nas copas das árvores e muitos outros.
Em um trecho mais seco da trilha, escutamos um som clássico das montanhas da Mata Atlântica do sudeste, que era um "taum, taum, taum taum taum taum tauuuum" que, no caso, é o abre-asa-de-cabeça-cinza, outra ave de ocorrência pontual em Goiás.

Abre-asa-de-cabeça-cinza nas árvores
O bicho não parava quieto de jeito nenhum. Pousava em um galho por 2 segundos e já voava para outro, atiçado com o playback. Uma hora ele parou no galho, e ficou ali quieto, o que possibilitou muitas fotos e gravações! Viva!
Avançando, nas proximidades da cachoeira, avistamos um bando misto, composto por Galbula ruficauda, Antilophia Galeata, Saltator maximus e uma grande surpresa....Xiphorhynchus fuscus, o ultra-raro nessa região Arapaçu-rajado.
É apenas o 3º registro fotográfico dele para a Tabapuã e o 4º para o estado de Goiás. Esse bicho surpreendeu demaaaais a gente, e conseguimos alguns registros ótimos dele!

Arapaçu-rajado no tronco
Bem pessoal, no mais, foi isso! Espero que tenham gostado.
Confiram o segundo episódio da nossa sério "A Arte de Passarinhar" que gravamos, nesse dia, lá na Tabapuã: https://www.youtube.com/watch?v=juRbPJAoENI&t=153s














terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Passarinhada no Parque Estadual dos Pireneus - Cocalzinho/GO

Bom pessoal, esse fim de semana eu e meu pai resolvemos dar um pulinho no PEPI para tentar fotografar algumas aves que ainda não havíamos registro, tais como Bandoleta, Corruíra-do-campo, Maria-preta-de-penacho, Sanhaço-de-fogo e o recém-descoberto na área, o raríssimo Tico-tico-de-máscara-negra, ave endêmica do Cerrado, nosso objetivo.
No domingo, acordamos às 04:10 da manhã, tomamos um café e seguimos rumo ao parque. Por volta de 05:50 já estávamos na porta de entrada.
Logo após a cancela de entrada do parque, andamos uns 50 metros e, em uma área de cerrado com árvores baixas e vegetação rasteira, começamos a chamar Cypsnagra hirundinacea.
Ouvimos o casal respondendo e vimos eles fazendo display ao longe, mas nada que desse pra fazer fotos...
Logo, meu pai disse: "Estevão, tem um bichão vindo voando!"... Olhamos para cima, e para nossa alegria, era um Hepertotheres cachinnans, o arisco Acauã. Mirei a câmera e, na hora de focar, a lente estava tampada. Sabe quando você diz um palavrão que começa com P e termina com A? Então, essa foi minha reação, ao perder a foto do acauã em voo...Enfim, vimos que ele pousou bem longe, então, desistimos de pegar ele, uma vez que não ia ficar bom o registro.
Voltamos a chamar a bandoleta e...uhuuu! Olha elas aí:


Fizemos várias fotos, e eu fiz uma boa filmagem do display do casal, acima.
Logo após a bandoleta, chamamos a corruíra-do-campo e nada...Subimos então um pouco mais a serra, e após uns 800m da cancela, vimos um campainha-azul e descemos do carro pra fotografar.

Campainha-azul
Muito bacana! Ele vocalizou em uma árvore baixa e se limpou também. Fora ele, vimos um guaracava(Myiarchus sp.), acredito que seja Myiarchus flavogaster mas não tenho certeza.
Porém, nosso maior objetivo era o Tico-tico-de-máscara-negra, e até agora, nenhum sinal dele...
Então, para nossa alegria, poucos metros após o campainha-azul, estava o tico-tico-de-máscara-negra, pousado na luz, em uma árvore seca (eu surtei, saí gritando de emoção).

Tico-tico-de-máscara-negra (Coryphaspiza melanotis)
Ele permitiu tanta aproximação, ficamos a uns 5m de distância dele, foi incrível, fiquei muito feliz mesmo, o grande objetivo havia sido cumprido, fotografar essa rara ave, endêmica do cerrado.
Então, pouco depois, fomos atrás da choca-de-asa-vermelha e da patativa, aves comuns na área, porém, de forma localizada, em campos sujos e cerrado denso.

Eu, fotografando a choca-de-asa-vermelha
Chamamos a choca por meia hora, e ela não aparecia, até que uma hora, vimos que o casal começou a responder ao longe, então, andamos mais um pouco e para nossa surpresa eles estavam lá. Consegui um bom registro do macho, pousado em uma árvore bem baixa, no cerrado sujo.

Choca-de-asa-vermelha (Thamnophilus torquatus)
Também fotografamos a patativa. Depois de um tempo, avançamos para o alto da serra, onde aves como o canário-rasteiro, a maria-preta-de-penacho e o sanhaço-de-fogo vivem. Conseguimos registros bacanas da maria-preta e de um canário-rasteiro.

Maria-preta-de-penacho (Knipolegus lophotes) acima
Canário-rasteiro (Sicalis citrina) abaixo
Enfim, depois vimos muitas outras espécies, comuns porém belas, como Colaptes campestris e falco sparverius. De qualquer forma, foi um dia extremamente produtivo, que rendeu quase 10 lifers em uma única manhã de passarinhada, com sol muito quente.

Quiriquiri (Falco sparverius) voando
Gravamos também, o primeiro episódio da nossa nova série - A arte de passarinhar - que iniciei no meu canal. Em breve, virão novos espisódios...









sábado, 25 de fevereiro de 2017

Aves da Mata Atlântica Goiana

Bom pessoal, inicio essa postagem porque gostaria de falar sobre um assunto muito interessante e que poucos sabem: a ocorrência de aves da mata atlântica em Goiás.
O estado ainda possui cerca de 0,07% de Mata Atlântica ainda presente, sobretudo nas regiões de Itajá (sul de goiás), Água Fria de Goiás (Parque estadual da mata atlântica) e Cocalzinho de Goiás e Pirenópolis (RPPN Vagafogo e Tabapuã dos Pireneus).
Existem espécies que podem surpreender nos resquícios ainda remanescentes, aqui em Goiás. Dessas espécies damos destaque ao Uru-capoeira (Odontophorus capueira), Corujinha-sapo (Megascops atricapilla), Tangará (Chiroxiphia caudata) e Inhambuguaçu (Crypturellus obsoletus).

mata atlântica - SOS Mata Atlântica
Mata Atlântica no município de Caçu-GO

Porém, cerca de 88% de toda a cobertura original de Mata Atlântica em Goiás já foi desmatada. Isso pode ocasionar o desaparecimento de algumas espécies antes ocorrentes por lá, e que, por causa do desmatamento, foram extintas na região como é o caso do Macuco (Tinamus solitarius) e de outra ave, o Jaó-do-litoral (Crypturellus noctivagus).

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Distribuição original da Mata Atlântica em Goiás (Laranja)
Distribuição atual da Mata Atlântica em Goiás (Verde)
Porém, como dei destaque inicialmente, há ainda alguns municípios que guardam espécies incríveis. Vamos comentar sobre as aves ocorrentes nos municípios de Itajá, Caçu, Pirenópolis e Cocalzinho.

Aves da Mata Atlântica em Itajá

Os últimos resquícios desse bioma, ainda guardam grandes surpresas em Itajá, sobretudo nas zonas rurais e áreas preservadas pouco perturbadas. As espécies foram descritas por Malacco em 2012, no caso, são: Uru-capoeira (Odontophorus capueira), Corujinha-sapo (Megascops atricapilla), Caburé Miudinho (Glaucidium minutissimum), Macuru-de-barriga-castanha (Notharchus swainsoni), Chocão-carijó (Hypoedaleus guttatus), Vira-folha (Sclerurus scansor), Arapaçu-de-garganta-branca (Xiphocolaptes albicollis), Barranqueiro-de-olho-branco (Automnolus leucophtalmus), Araponga do horto (Oxyruncus cristatus) e o Miudinho (Miyornis auricularis).

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Araponga-do-horto (Oxyruncus cristatus)
FOTO: Gustavo Malacco
Aves da Mata Atlântica em Cocalzinho e Pirenópolis

As áreas de destaque para a observação dessas aves nesses municípios, são a RPPN Vagafogo e a Tabapuã dos Pireneus. Nessa última área, ocorrência do palmito juçara é marcante. As aves são: Surucuá-variado (Trogon surrucura), Juruva-verde (Baryphthengus ruficapillus), Arapaçu-rajado (Xyphorhynchus fuscus), Arapaçu-de-garganta-branca (Xiphocolaptes albicollis), João-porca (Lochmias nemautura), Tangarazinho (Ilicura militaris), Abre-asa-de-cabeça-cinza (Mionectes rufiventris), Piuí-cinza (Contopus cinereus), Tiê-de-topete (Lanio melanops), entre muitos outros.

Enfim, a região de mata atlântica ainda remanescente em Goiás ainda exige muitos, muitos estudos para entender os mistérios que ainda estão por aí.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Que ave é essa?

Pessoal, registrei essa ave a quase 1 ano atrás no interior de uma mata densa e muito preservada em Goiânia. Gostaria de saber de que ave se trata, uma vez que me parece muito com JOVEM de Neomorphus geoffroyi.
Compare aqui: http://www.wikiaves.com.br/1380356&t=s&s=10508&tag=FOTOFILHOTE

Observe o penachinho no topo da cabeça, a cor oliva do bico, o porte
relativamente médio e a cauda longa e a cor esverdeada cinzenta das asas.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Observando aves em Jataí e Serranópolis, em Goiás

    Minha relação com Jataí já é bem longa...Serranópolis, bem, começou ano retrasado. Esses dois municípios são incríveis para observar aves, pois são localizados em uma região de matas deciduais e florestas estacionais, além de grandes alagados e brejos, cerrados abertos e campos de monocultura.
    A região também é bem rica devido a proximidade com o Parque Nacional das Emas, a maior unidade de conservação (UC) do Cerrado.

Paisagem da Serra da Onça, em Serranópolis
    Vamos começar falando de Jataí. Esse município possui ótimos pontos para passarinhar, como o Lago Bonsucesso, ótimo para aves como Maçaricos (Tringa flavipes ou solitaria), Marrecos (Amazonetta brasiliensis, Dendrocygna viduata), Sanãs (Porzana albicollis, Laterallus viridis).
   As estradas de terra, após o Lago Bonsucesso, são ótimas para ver aves de mata (já escutei Dromococcyx pavoninus), e, no final dela, você pode encontrar alguns brejos, ótimos para Socós (Tigrisoma lineatum) e outras aves, como Arundinicola leucocephala, Certhiaxis cinnamomeus, provável Gallinago undulata ou Gallinago paraguaiae, Circus buffoni e outras aves de áreas úmidas.
    O morro do Cristo (próximo ao lago JK) também é bom para fotografar aves de Cerrado. É muito comum encontrar Piranga Flava, Heliomaster furcifer e Geranoaetus albicaudatus.

AVES QUE FOTOGRAFEI EM JATAÍ:
Carcará (Caracara plancus)
Local: Parque Ecológico Diacuy
Socozinho (Buteriodes striata)
Local: Parque Ecológico Diacuy
Arara-canindé (Ara ararauna)
Local: Morro do Cristo
Gavião-carijó (Rupornis magnirostris) com presa nas garras
Local: Morro do Cristo
Encontro (Icterus pyrrhopterus)
Local: Parque Ecológico Samuel Granham
Coruja-buraqueira (Athene cunicularia)
Local: Lavoura de soja
Anu-preta (Crotophaga ani)
Local: Lavoura de Soja
    Já Serranópolis, possui inúmeras áreas boas. Dentre elas, destaco a RPPN Pousada das Araras, ótima para avistar Ara chloropterus e Sarcoramphus papa nos paredões e nas grutas da região. Ao longo das trilhas, aves de matas.
    Há também a Unidade Bom Jardim, onde passa o Córrego Bom Jardim. Lá, pode-se encontrar facilmente, Pteroglossus castanotis, Thamnophilus pelzeni, Harpagus Diodon (margem do Córrego), Ramphastus culminatus pintoi, muito raramente Ramphastos dicolorus, Mesembrinibis cayannensis, Accipiter striatus (já escutei a vocalização próximo ao Córrego) e Ara Chloropterus. 
     Na RPPN Serra da Onça (Particular), já avistei aves de mata, como Cissopis leverianus, Chelidoptera tenebrosa, Sclerurus scansor, Basileuterus cuclivorus hypoleucus, Clibanornis rectirostris, Crypturellus undulata, Crypturellus soui (já escutei a vocalização próximo à serra), raramente Pseudastur albicollis e Spizaetus melanoleucus sobrevoando e outros.

AVES QUE FOTOGRAFEI EM SERRANÓPOLIS:
Araçari-castanho (Pteroglossus castanotis)
Local: Unidade bom Jardim
Arara-vermelha-grande (Ara chloropterus)
Local: Unidade Bom Jardim
Canário-da-terra (Sicalis flaveola)
Local: RPPN Serra da Onça
Garça-vaqueira (Bubuclus ibis)
Local: RPPN Serra da Onça
Juriti-pupu (Leptotila verreauxi)
Local: RPPN Serra da Onça
Tietinga (Cissopis leverianus)
Local: RPPN Serra da Onça
Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva)
Local: RPPN Serra da Onça
Tucano-de-bico-preto (Ramphastos culminatus pintoi)
Local: Unidade Bom Jardim
Urubuzinho (Chelidoptera tenebrosa)
Local: RPPN Serra da Onça
Esses foram só alguns exemplos das aves que dá pra encontrar nesses municípios. Então, quando for observar aves naquela região, siga essas dicas!

Abraço e boa semana!

















sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Passarinhada na Fazenda Angelim - Ubatuba/SP

Olá passarinheiros! Final de semana passado, em minha viagem à Ubatuba, eu, o amigo Wandel Buzoni e meu pai fomos observar aves na  Fazenda Angelim, à 6 km do Itamambuca Eco Resort, onde eu estava hospedado.


Eu e meu pai acordamos 6:00 no domingo e fomos para a fazenda. Ao chegarmos na porta de entrada, o amigo Wandel Buzoni estava nos esperando. Estacionamos o carro na porta e fomos andando pela estrada. Eu estava com aquela vontadezinhazona básica de achar o Gavião-pombo-pequeno, mas, vocês sabem como é né...
Fomos andando, e já avistamos o beija-flor-roxo, em cima de um poste. O não-pode-parar vocalizou bem próximo à nós, mas nada dele. Chamamos o rendeira, e logo ele apareceu!


Infelizmente, ele não deu mole, então o registro ficou meio...ruim...
Depois disso, escutamos a pomba-amargosa vocalizando no fundo da mata. Eu disso para o Wandel: Vamos chamá-la! Mas logo que começamos à tocar o playback, ela vasou.


Continuando o percurso, chegamos em uma área mais aberta. Lá, ouvimos e fotografamos o coleirinho, o papa-capim-de-costas-cinzas, e escutamos o barbudo-rajado!
Já estávamos bem próximos à sede. Fomos andando e tentando chamar o barbudo, que não chegou nem a aparecer, apenas cantou um pouco, foi chegando mais perto, e sumiu. 
Logo após isso, um bando de umas 10 ou 15 tiribas-de-testa-vermelha vieram e pousaram na copa de uma árvore ao lado da sede da fazenda. Tentei fazer o registro, mas estavam bem altas...
Pouco depois, vi o Wandel chamando algo atrás da sede. Ele olhou pra mim e disse: Aqui, aqui! Olhei e vi um Pica-rei fêmea em um galho seco. Logo que eu cheguei, ela voou e pousou um pouco mais longe...


Consegui um registro mais ou menos. Logo depois, vimos o casal, um pouco mais longe. Andando pela trilha principal, vimos ao longe, a pomba-amargosa sentada em um galho. Passando por um local com algumas árvores secas e altas, com vários poleiros bons para rapinantes, o Wandel comentou: Aqui, alguns anos atrás, era comum ver o gavião-pega-macaco...
Andando mais um pouco, vindo de uma brenha, escutamos o Tapaculo-Pintado!!!!! Foi muito emocionante poder gravar o canto dessa espécie inesperada! Chamamos no playback, mais nada dele...Mas, para recompensar, logo o tangará macho apareceu!


Fomos andando na trilha e batendo um papo...Logo, chegamos à uma bifurcação. De um lado, a continuação da trilha, do outro uma subidinha, que levava ao alojamento onde as pessoas que gostam de birdwatching ou estão em pesquisa, passam alguns dias. É chamada "Casinha da Mata".  Sentamos em uma mesa de madeira do lado de fora do alojamento e tomamos um cafezinho antes de voltar à trilha. Lá, comemos uma bolachinha e batemos um bom papo.


Continuamos a trilha. Mais para a frente, paramos porque começamos à escutar o Olho-de-fogo-do-sul. Chamamos, chamamos, até que a fêmea respondeu e apareceu rapidamente em uma janelinha na brenha. Passou um pouco e o macho também veio para a festa. Os dois respondiam, mas, quando apareciam, era questão de 3 ou 5 segundos, entre os galhos e a folhagem. Até tentei pegar o macho, mais pergunta se o DANADO deixava...


Passou um pouco e, nós ainda estávamos lá, tentando fotografar o olho de fogo...Quando, de repente, escutamos um "tr, trrr, trrrrr..." bem próximo à nós e eu disse: Inhambuguaçu? E o Wandel respondeu: talvez! Eu e meu pai fomos andando na frente e o Wandel ficou atrás tentando ver o bicho. Subimos um pouco e o Wandel falou pra mim e para o meu pai: Olha lá! Lá em cima! Em um trecho mais alto da trilha, vimos uma cotia atravessando...
AFF Wandel!!! Pensei que fosse o inhambuguaçu! Em mais alguns instantes de procura, subimos mais um pouco e paramos lá em cima, onde vimos a cotia atravessando. Quando acabamos de subir, olhei pra trás e gritei: INHAMBUGUAÇU!!!!! Ele havia acabado de atravessar a trilha! Foi aquela OVERDOSE ORNITOLÓGICA! Chamamos no playback, mas ele apenas respondeu ;-;


Bom, tivemos que nos contentar com o Rabo-branco-rubro que apareceu. Mas, aí que vem a surpresa. Logo depois de gravar o canto do inhambuguaçu, uma Galinha-do-mato veio correndo e passou voando pela trilha, na nossa frente! Infelizmente, ela não emitiu nenhum som, e nem veio no playback, então por enquanto, só tenho a aparição dela como registro...

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Ao chegarmos na beira do riacho, escutamos o Papa-formiga-de-grota. Chamamos também o entufado, mais sem resposta. Mas ganhamos um outro presente em troca..A maravilhosa vista do riacho e suas cachoeirinhas. 


O Wandel estava falando da presença de um ninho de Maria-leque-do-sudeste no riacho. Um pouco acima do local onde estávamos, segundo ele. Fiquei feliz em saber que essa espécie rara da Mata Atlântica está nidificando no local.
Mas enfim, constando que fui à Ubatuba na pior época do ano, vivi uma experiência fantástica na Fazenda Angelim, vários lifers e emoções.

Abraço Ornitológico para vocês!


















sábado, 10 de setembro de 2016

Ranking - Melhores destinos para passarinhar no Brasil

Olá a todos os passarinheiros!
Primeiramente, queria deixar claro que esses dados foram coletados do Wiki Aves e sofreram algumas alterações em 10/09/2016, e estão sujeitos à atualizações. Obrigado.

Vamos agora ao ranking dos melhores destinos para passarinhar no Brasil:

1° - Porto Velho/RO 

- Número de Espécies: 654

- IBA: Rio Madeira e Adjacências 


2° - Alta Floresta/MT 

- Número de Espécies: 619

- IBA: Cristalino / Serra do Cachimbo

3° - Ubatuba/SP

- Número de Espécies: 587

- IBA: Parque Estadual da Serra do Mar

Abraço a todos e um bom domingo!